Sempre acreditando no potencial artístico do Brasil e na qualidade do nosso ballet, Dalal Achcar encontrou no Teatro Municipal o palco ideal para apresentar ao país - e ao mundo - seus projetos culturais. Estes primaram pelo conhecimento profundo de Dalal sobre o nível de qualidade internacional e pela sua habilidade em conseguir adaptá-lo à realidade brasileira, fazendo ressaltar para o mundo a qualidade e a riqueza de nossa cultura.
A história de Dalal com o Teatro Municipal do Rio de Janeiro começa
em 1968, quando é convidada para ser a Diretora Artística do Corpo de
Baile do Teatro - para quem, de início, coreografou o espetáculo "Dança
para Indira", em homenagem à Indira Ghandi. Em 1981, Dalal retorna, à
convite de Arnaldo Niskier e do Governador Chagas Freitas, e abre uma
temporada de enorme sucesso com a versão de Enrique Martinez para "Coppelia"
e, logo em seguida,
apresenta o ballet "Romeu e Julieta", de John Cranko, com a participação
de Natalia Makarova, Marcia Haydée, Richard Cragun e Bujones, entre
vários artistas convidados. Em 1982, Dalal produz para o Ballet do Teatro
Municipal o espetáculo "Giselle", de Peter Wright, além de coreografar,
produzir e apresentar o ballet "Don Quixote", em sua primeira versão integral
no Brasil. Com estas realizações, Dalal eleva definitivamente o Ballet
do Teatro Municipal ao nível dos melhores do mundo.
É em 84 que entra em cena a Dalal Diretora da Fundação Teatro Municipal.
Ao longo de suas duas gestões - de 1983 a 1986 e de 1991 a 1994, Dalal
traz para o ballet brasileiro, além de espetáculos inesquecíveis, a noção
plena de organização, uma sólida estrutura técnica e artística e a tradição
de se apresentar produções de altíssima qualidade.
Entre seus feitos memoráveis neste perído, estão a montagem de "La Fille
Mal Gardée", de Sir Frederick Ashton, e "Gabriela", baseado no romance
de Jorge Amado, com música de Edu Lobo, coreografia de Gilberto Motta
e cenários e figurinos de Carybé. Outra realização de extrema relevância
foi o III Festival Internacional de Dança do Rio de Janeiro, apresentado
em 1987 no Teatro Municipal, e do qual participaram o Ballet Nacional
de Cuba, Dance Theatre of Harlem (USA), Ballet do Teatro Colon de Buenos
Aires, Grupo Dança Hoy de Caracas, Twyla Tharp Dance (EUA) e Grupo Corpo,
de Belo Horizonte.
Apesar do flagrante sucesso de suas iniciativas, Dalal e o ballet brasileiro
sentiram em seu setor os inevitáveis reflexos das dificuldades econômicas
pelas quais o País passava, na época de sua primeira gestão. Diante da
situação, Dalal não se intimidou: fundou e presidiu, em 1984, a Associação
de Amigos do Teatro Municipal - uma entidade cultural sem fins
lucrativos que, ainda hoje, busca dinamizar a realização dos principais
eventos do Teatro, canalizando das empresas os recursos para as temporadas
de ópera, concertos e ballets.
Também neste período, a vocação social de Dalal Achcar ganha foco, assumindo
um papel fundamental para a popularização da arte. Em 1985, a Presidente
da Fundação idealiza o projeto "Pacote Cultural", que possibilitou a mais
de 30 mil alunos de escolas públicas e privadas assistirem gratuitamente
a espetáculos de ballet no Teatro Municipal. Em 92 foi a vez do
projeto "Teatro Municipal para Todos", que, com o apoio do Jornal "O Dia",
apresentou espetáculos populares de ballet, concertos sinfônicos e trechos
de ópera.
Em 1997, Dalal foi convidada para coreografar, para o Teatro Municipal, o ballet "Cardinal", com música de Johann Sebastian Bach, e teve o prazer de constatar o progresso técnico de todo o grupo, e a alegria de reencontrar o talento de Ana Botafogo.
Suas realizações como presidente do Teatro Municipal:
1999
Comemoração dos 90 anos do Teatro Municipal
O Circo dos Animais
Ressurreição de Mahler
Cosi Fan Tutte
Giselle
Cardinal
Shogun
Coppelia
Pedro e o Lobo
Nabuco
O Quebra Nozes
2000
Floresta Amazônica - versão comemorativa 500 anos Brasil.
La Bayadere - Trouxe Natalia Makarova para montar o ballet.
Rigolleto
Candide - de L. Berstein, pela primeira vez no Brasil, com tradução de Claudio Botelho e direção de Jorge Takla.
O Morcego - Concepção e direção Dalal Achcar, cenários e figurinos José Varona.
2001
Simon Boccanera.
A Megera Domada - de John Cranko.
Tannhauser - de Wagner, concepção de Werner Herzog.
O Lago dos Cisnes - versão de Natalia Makarova.
La Traviata - direção de Sonja Frisell, cenários de Gianni Quaranta e figurinos de Dada Saligeri.
O Quebra Nozes - lançamento em vídeo.
Cartas de Amor - Inova em um espetáculo intimista com música, teatro e dança. Parceria de Lilian Barreto.
2002
O Fantasma do Teatro - coreografia Dalal Achcar.
Romeu e Julieta - de Prokofiev, coreografia de Vladimir Vasiliev e regência de Mstislav Rostropovich.
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